De olho nas eleições, Parada LGBT de BH movimenta centro da cidade
Nesse domingo, 25, cerca de 30 mil pessoas saíram às ruas, de acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, durante a 13ª Parada LGBT de Belo Horizonte. O evento, organizado pela ONG Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual (Cellos), contou com quatro trios, seguiu o mesmo trajeto das duas últimas edições e recebeu entidades e personalidades de todo o país, além de vários políticos, afinal, é período eleitoral. Neste ano, o tema escolhido faz alusão ao voto consciente da comunidade gay e possui o seguinte slogan: “Nosso voto quer respeito, nossa luta é por direitos”.
Como nos outros anos, por volta de 11h, teve início a concentração na Praça da Estação, ponto de referência da capital mineira que abriga uma estação de trem com conexão Belo Horizonte-Vitória. Pontualmente às 16h, os quatro carros - Militância, Extra FM, Gis Club/Minas Um Luxo e Cellos/Jovem Pan - seguiram trajeto pela Rua da Bahia, Avenida Afonso Pena e, por volta das 19h, se dispersaram na Rua Professor Moraes.
O militante do Cellos, Carlos Magno, disse que 2010 merece mais atenção da comunidade LGBT. “Neste ano, a Parada é especial, pois levanta a questão do voto consciente. Fizemos algumas ações nesse sentido, entre elas, a campanha Ficha Limpa da Homofobia”, disse o ativista, referindo-se a essa iniciativa que aplicou questionários nos candidatos às eleições e avaliou quais eram as propostas desses dirigidas ao público gay.
Pela segunda vez na Parada de BH, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, elogiou a organização e agradeceu o convite. “Em Belo Horizonte, há o caráter festivo, sem perder o tom de reivindicação. Achei interessante a união dos grupos, que é bem marcante”, disse ao Mix.
Também presente, o deputado federal e candidato à reeleição, Nilmário Miranda (PT), criador do programa “Brasil sem homofobia”, afirma que o Brasil está atrás de países como Argentina por um único motivo. “Já tivemos vários avanços, mas o problema com a não aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo e do PLC 122 (projeto de lei que criminaliza homofobia) está no Congresso”, aponta. Em bate-papo com o Mix, conta que faz parte dessa jornada há 15 anos. “A mobilização da comunidade LGBT é um dos movimentos sociais que mais crescem no país. Para erradicar a homofobia, é preciso investir em mudanças por meio da educação e da cultura”, defende.
Em se tratando de Paradas, há sempre controvérsia em relação ao quorum. No trio Militância, foi anunciado o público de 100 mil. Nessa segunda, 26, os jornais de Belo Horizonte também não chegaram a um acordo: O Tempo deu 30 mil, o Estado de Minas divulgou 100 mil, enquanto o Hoje em Dia trabalhou com a margem de 50 mil.
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