Coral colorido: gays do RJ soltam a voz em um coral para chamar de seu

Conheça o Coral de Cavalheiros Cariocas, composto por homens gays do Rio de Janeiro.
Aqueça o gogó. o Coral de Cavalheiros Cariocas é um divertido grupo de amigos reunido para produzir música e apresentar uma imagem positiva do homem gay. O grupo, com componentes de idades e gostos bastante variados, foi fundado por Jim telles, norte-americano que há 10 anos vive no Rio de Janeiro. Entusiasta do canto coral, trouxe para cá a experiência de cinco anos como membro do Gay Men’s Chorus of Los Angeles, famoso coral gay dos Estados Unidos.

Além do de Los Angeles, fundado em 1979, outros corais gays surgiram nos estados Unidos na década de 1970, como o de São Francisco e o de Nova York. Pioneiros na afirmação da identidade cultural gay, eles acompanharam o desenvolvimento da militância pela expressão homossexual no país. Sua singularidade estava na abordagem criativa: buscando a excelência musical e performática, estes grupos elaboraram um discurso de igualdade baseado na universalidade da cultura. O gay aparece como alguém que produz entretenimento de qualidade que pode interessar a qualquer pessoa.

É esta forma alternativa de sociabilidade e afirmação da identidade que os membros do coral carioca procuram desenvolver. “O Coral de Cavalheiros Cariocas é composto por homens que antes de tudo querem cantar”, diz Alexandre Alves, tenor. “Tem uma base homossexual inclusiva e não exclusiva. Héteros também podem participar, a gente não se importa.”

Aos domingos, no Turma oK, tradicional clube gay do Rio, os meninos ensaiam canções que vão de música sacra a “Homem com H”, de Ney Matogrosso. Seriedade e disciplina convivem com a descontração e uma proposta de convivência que fuja do roteiro estereotipado bar-sauna-boate. Entre risadas, o grupo narra o dia em que um
candidato afundou-se em frustração quando ao invés de nudez e volúpia, lhe ofereceram um pedaço de bolo ao fim do ensaio. “Tem gente que acha que é suruba”, conta o tenor João Henrique.