O Ministério Público Federal (MPF) em Macaé (RJ) instaurou nesta segunda-feira (28) três novos inquéritos civis públicos para apurar o vazamento de óleo no campo de Frade, na bacia de Campos, no litoral fluminense. O vazamento no local, de responsabilidade da empresa americana Chevron, começou no último dia 8.
Vazamento de petróleo na bacia de Campos
Foto 6 de 17 - 18.nov.2011 - Vista aérea do trabalho de contenção do petróleo que vazou de uma plataforma da Chevron, na bacia de Campos, há dez dias Mais Márcia Foletto/Agência O Globo
O procurador da República Flávio de Carvalho Reis pediu expedição de ofício à Marinha, à ANP e ao Ibama --quem acompanham o vazamento--, requisitando cópia de todos os relatórios técnicos relacionados ao acidente ambiental e esclarecimentos quanto aos impactos do vazamento.
A ANP determinou na semana passada que a Chevron teria suas atividades de perfurações suspensas até que o problema fosse esclarecido. No último dia 23, a empresa afirmou que o vazamento estava controlado. O prejuízo que o derramamento causou, entretanto, ainda não foi completamente estimado.
Entenda o vazamento
O acidente na bacia de Campos ocorre pelo menos desde o dia 8 deste mês. De acordo com a ANP, teriam sido pelo menos 3.000 barris de petróleo derramados; já a Chevron fala em 2.400 barris.Na última segunda-feira (21), a ANP emitiu dois autos de infração contra a Chevron: um pelo não cumprimento do “Plano de Abandono do Poço” apresentado pela própria empresa à ANP e outro pela adulteração de informações sobre o monitoramento do fundo do mar. Os valores das multas serão definidos apenas ao final do processo administrativo.
No mesmo dia, o Ibama multou a empresa em R$ 50 milhões – valor máximo estipulado com base na Lei do Óleo (nº 9.966/2000). Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, novas multas poderão ser aplicadas depois de análises de relatórios.
O delegado da Polícia Federal, Fábio Scliar, que investiga o caso, disse que a Chevron pode ser indiciada duas vezes por crime ambiental, caso fiquem comprovada a responsabilidade no vazamento do óleo e no uso de técnicas, para a contenção do petróleo, que agridem o meio ambiente.
A Polícia Federal também investiga indícios de que funcionários estrangeiros da empresa Chevron, que trabalhavam na área da perfuração onde ocorreu o vazamento, não tinham permissão para trabalhar no Brasil.
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